quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Revestimentos nº 2: O Azulejo

Painel de azulejos AntonioSDesigner - Painel Barcos


Dando continuidade ao post anterior, hoje vamos ser mais específicos e falar de azulejos. Esse revestimento que até encontrou aliados no Brasil, mas que nem de longe foi adorado e transformado em ícone como em Portugal. Talvez até por influência portuguesa, as pessoas achem que o azulejo é um revestimento antigo — certamente não conhecem Brasília.

Painel de Azulejos de Athos Bulcão - Congresso Nacional 

A Arquitetura Modernista fez bom uso dele, e Athos Bulcão está lá para provar. Ele criou a maioria dos azulejos já clássicos – inclusive o painel mais famoso do Brasil, o do Congresso, que sempre aparece na televisão. Mas quando se trata de revestimentos para os dias atuais, a maioria acha que azulejo só é bom em cozinhas.
Um dos aspectos discutidos da última vez foi a manutenção e durabilidade dos revestimentos. Aqui, o azulejo ganha disparado (os porcelanatos também, mas faremos outro post sobre isso). É possível manter azulejos bonitos por uma vida inteira, utilizando apenas uma espoja para limpar. O rejunte, sim, acumula sujeira, mas quando tem apenas 1 mm ele não é visto, e de qualquer forma também pode ser limpado com as Waps da vida ou com escovas.
O azulejo pode ser artístico e decorativo, como se vê na foto acima, um painel de AntonioSDesigner. No entanto, ele se presta à criatividade dos arquitetos mesmo que não seja um azulejo artesanal e decorativo. Com gosto e critérios corretos, o azulejo é um aliado moderno e arrojado da arquitetura contemporânea.

Azulejos coloridos no metrô de São Paulo 

Um bom exemplo é o metrô de São Paulo. Azulejos de muitas cores, usados tanto nas áreas internas quanto externas, ajudam a criar um ambiente dinâmico, alegre, atual, principalmente por quebrar a monotonia das paredes de concreto, que são uma marca registrada do metrô.  Eles estão lá há décadas e continuam sendo usados. Aliás, esse é um dos motivos para o metrô de São Paulo ganhar de disparada do metrô do Rio - lá, eles usaram mármore.

Prédio e muro cobertos de azulejos: sempre brilhando.


Prédios também o utilizam, desde projetos muito ousados até os projetos mais convencionais. Em geral, prevalece a vontade de usar COR e até mesmo dar uma identidade visual diferenciada, que a maioria dos prédios não têm. Veja o exemplo acima: prédio e muro são cobertos de azulejos, o que garante uma superfície sempre brilhante. Imagine só a dificuldade de pintar um prédio de 20 andares. A limpeza dos azulejos é bem mais rápida.


Prédio da Idea Zarvos - rua Delfina


No entanto, como não estamos no país de maravilhas de Alice, sem critérios estéticos bem definidos, podemos ter uma obra bastante... questionável no que se refere à sua fachada e a apreensão que o usuário comum pode fazer dessa obra. No exemplo acima (um prédio na rua Delfina, Vila Madalena) as superfícies foram revestidas com azulejos quadrados de 2 cores. O resultado é um prédio... com catapora. “Onde é que você mora?” alguém vai perguntar, e pelo menos nesse caso vai ser bem fácil identificar o lugar. A solução seria pensar em um desenho diferente, geométrico, talvez se inspirando em pintores abstratos. Da forma como está, temos a impressão de um desenho sem critérios, sem uma diagramação realmente elaborada.

E, apenas para não deixar uma interrogação no ar, colocamos aqui um outro exemplo que foi pela mesmíssima linha, utilizando apenas a ideia do quadrado e linhas retas, mas que alcançou um resultado bem melhor: um padrão de azulejos moderno, que não causa um acesso de riso. Vale ainda lembrar que ambos os exemplos são da mesma construtora, Idea Zarvos. Na verdade são o mesmo prédio, só que de ângulos diferentes. Ou seja, com os mesmo recursos, é possível alcançar resultados bem diferentes.

Prédio da Idea Zarvos - mesmo endereço

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